À descoberta de S. Paio de Antas

Freguesias de Esposende

S. Paio de Antas

Com o intuito de dar a conhecer a diversidade e a riqueza dos valores locais, o Município de Esposende tem vindo a desenvolver um conjunto de actividades, de forma a assinalar o Ano Europeu do Património Cultural 2018, iniciativa da União Europeia.
Um dos projectos inerentes “À descoberta de…” traduz-se num conjunto de acções através das quais se pretende desvendar, apresentar e transmitir o património cultural das freguesias do concelho de Esposende.
A sessão dedicada a S. Paio de Antas decorreu no passado dia 21 de Junho no Salão Paroquial de Antas, com uma conferência de Ivone Magalhães, Directora do Museu Municipal de Esposende, intitulada “Antas…que o mar beija e o rio abraça – memoria e tradição ”.

O auditório do Centro Paroquial de S. Paio de Antas vestiu-se de festa na noite de 21 de Junho para apresentar um verdadeiro Museu Etnográfico de artefactos e antiguidades reunidos pelos populares.
Manuel José Viana, Presidente da Junta de Freguesia, foi apresentador e anfitrião de um evento que iniciou com a visualização de um pequeno filme documental elaborado pelo grupo de Cultura e Turismo da localidade. Uma curta-metragem onde constavam diversas entrevista e testemunhos sobre quotidianos passados e tempos antigos, contados na primeira pessoa.
Em seguida, Ivone Magalhães, directora do Museu Municipal de Esposende, espontânea e comunicativa, cria uma relação de empatia imediata com o auditório e dá início a uma interessante interpretação do local, partindo da iconografia religiosa, para revelar a origem da freguesia através de uma viagem pela história, geografia, usos e costumes, hábitos e tradições de um povo.
Aprendemos que o valor do património são também as pessoas e as memorias que transportam.
Memórias de um tempo longínquo em que os romanos percorriam a região e o rio era, para além de navegável, uma importante via de comunicação e um surpreendente percurso comercial.
A organização feudal, a história do Castelo de Neiva, a riqueza de uma população que vivia com abundância, cujas principais actividades económicas eram a agricultura e a pecuária, mas também uma próspera indústria de madeiras.
A relação com o rio e com o mar, os efeitos da erosão e as profundas transformações no relevo que ainda podemos observar.
Para a exposição, a população foi convidada a fazer uma recolha de objectos antigos, na qual inúmeras famílias participaram.
A freguesia uniu-se e realizou uma mostra memorável de “tesouros do quotidiano” que o tempo não apagou, como uma vela de um grande barco industrial, bem diferente das pequenas embarcações tradicionais, ou um monóculo do início do séc. XIX que teria pertencido ao comandante de um navio transatlântico, e que teria possivelmente dado à costa num naufrágio, passando de geração em geração sem que o mistério fosse algum dia desvendado.
No final da conferência, Manuel José Viana, (Presidente da Junta de Freguesia) e a Dra. Angélica Cruz (Vereadora da Cultura) deixaram palavras de agradecimento a todos os intervenientes, e em especial à população de S. Paio de Antas pelo seu empenho e dedicação.
Ficou provado, (citando a oradora) que “não são apenas as pessoas…os lugares também têm alma”.

 

Texto e Fotos: Inês Soares
Publicado em Esposende Semanário, 06/2018

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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